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A indústria digital  pouco a pouco se insere como mais do que uma tendência em consolidação, mas como um novo padrão de produtividade estabelecido através da automação industrial, das ferramentas de computação, de sensores para monitoramento, etc. A automação industrial vem mudando a manufatura pelo mundo, mas e o Brasil, qual a sua situação?

Há incentivos para a indústria digital no Brasil? As pessoas estão investindo na indústria 4.0? O quanto a automação industrial é difundida hoje em dia no nosso modelo de produção?

Neste artigo, trazemos um panorama geral sobre a indústria digital brasileira, mostrando seus desafios a serem vencidos, suas conquistas e o que é necessário fazer para uma difusão maior dos seus conceitos.

Vamos lá?

A indústria digital brasileira é presente, mas serve poucos fins

Como dissemos em outras ocasiões, há muito a se ganhar com a implantação da automação industrial na busca por uma indústria digital.

Ganhos com a manutenção preditiva são extensos e significam maior economia e eficiência, o acompanhamento da produção em tempo real traz maior segurança e a capacidade de se planejar com antecedência e o uso dos robôs colaborativos insere na indústria por um preço razoável a capacidade de produção acelerada e, dependendo da extensão das mudanças, a possibilidade de se produzir mais sem sobrecarregar seus colaboradores.

Porém, essas são apenas algumas possibilidades. A indústria digital oferece esses ganhos palpáveis na sua operação, mas pode proporcionar de uma transformação que se traduz em novos modelos de negócios e a customização em baixa escala da linha de produtos, ao mesmo tempo em que os ganhos com a eficiência são mantidos.

Porém, a realidade brasileira ainda precisa melhorar para se preparar para a era da indústria digital. O primeiro passo? De fato conhecer o que é a automação industrial.

O maior inimigo da automação industrial é não saber o que ela oferece

Recentemente, o CNI – Confederação Nacional da Indústria – realizou uma pesquisa para entender em que patamar se encontra a automação industrial no Brasil, e descobriu que 58% dos entrevistados reconhece sua importância mas que menos da metade desses gestores efetivamente a aplica.

Dentre as empresas consultadas, 43% não conseguiram identificar em uma lista de funcionalidades a que possui maior potencial de transformação e pode impulsionar a competitividade da indústria, sendo que em operações pequenas, esse número chega a 57%.

A CNI ainda separou esses números em segmentos, e constatou que nas empresas de vestuário, 63% dos entrevistados não conseguiu identificar uma aplicação da automação industrial dentre dez. A indústria do couro também possui números expressivos, cerca de 59%, enquanto as produtoras de derivados da madeira chega perto, com 57%.

Até mesmo dentre as que usam a automação industrial, o foco ainda está nos processos, ou como destacamos acima, na procura de melhorias em produtividade e eficiência. O estudo da CNI concluiu que, das indústrias que se utilizam de pelo menos uma ferramenta de automação industrial,  73% delas usam uma relacionada ao processo de produção, sendo que 47% delas alguma relacionada à cadeia produtiva e 33% procuram soluções para produtos e novos negócios.

Isso mostra que as indústrias brasileiras ainda está distante da integração do chão de fábrica e a troca de dados com a camada de gestão, algo que deve mudar com urgência para que se obtenham ganhos com a competitividade, principalmente quando levamos o cenário global em consideração.

Investir na indústria digital é estar em um bom patamar competitivo

A maior questão da indústria digital e o que ela pode oferecer está no campo da potencialidade, ou seja, no que pode ser feito quando se há um nível avançado de manufatura.

É nesse ponto que se manifesta a problemática do cenário brasileiro da automação industrial. Muitos gestores estão sim procurando ganhos com a produtividade e a eficiência e estão dispostos à ir além, mas encontram resistências relacionadas à estrutura, budget, estratégia da indústria, sensibilidade ao preço, etc.

Para a maioria das indústrias – 66% delas – o custo é o maior problema. Empatados no segundo lugar, outros dois fatores identificados pela pesquisa do CNI são a falta de clareza em relação ao retorno do investimento e a dificuldade em visualizar a conformidade com a estrutura e a cultura da indústria.

O problema, de fato, está aí. O aumento da produtividade e da eficiência realmente coloca a  indústria em vantagem em relação ao seu segmento: você estará um passo a frente dos seus concorrentes. Porém, não realizar investimentos mais extensos em busca da indústria digital coloca em desvantagem em relação às outras indústrias que investem, principalmente concorrentes externos, que se transformam e conseguem identificar novos horizontes para a expansão.

O Brasil precisa acelerar na corrida tecnológica

Ao mesmo tempo, enquanto o Brasil ainda tem cautela nos seus investimentos, as indústrias globais já mostram grande interesse na automação industrial e já investem alto na procura da indústria digital.

Segundo estatísticas das Nações Unidas e da IFR – industrial federation of robotics – , o mercado chinês de exportação de equipamentos para a automação quase dobrou seus rendimentos desde 2004, sendo que o seu mercado doméstico também é levado em conta: em 2018, cerca de 150 mil robôs serão instalados no país, o que equivale a um terço das unidades do mundo inteiro.

As estatísticas apontam para um crescimento constante no uso da automação industrial pelo mundo. Torna-se necessário, então, pular algumas etapas naturais para inserir sua indústria na competição a nível global.

A preocupação com a produtividade, redução de custos e eficiência é o primeiro nível da automação industrial, e o Brasil precisa saltar para os próximos – focados em dinamização da linha de produção, criação de novos produtos de maneira integrada, customização em massa e a consequente identificação de novos mercados.

Como investir buscando a indústria digital?

O investimento em automação industrial quando feito de forma isolada não possui o mesmo aproveitamento que um sistema dinâmico e integrado apresenta. O investimento que é de fato acertado é aquele onde há entendimento do cenário atual, as características de cada segmento deve ser considerada e o desenho de arquitetura que permita a integração e compatibilidade do fluxo de dados horizontal e verticalmente – entre as máquinas e processos, assim como os níveis de controle, gerenciais e de desenvolvimento.

A investigação de novas tendências, como a IIoT, a digitalização de conhecimento, operações descentralizadas, dispositivos móveis,  modelos de simulação virtual e prototipagem acertada através de dados obtidos pelos seus sistemas de big data, são essenciais para se manter a tona em um cenário repleto de mudanças e que avança rápido em direção à novas tecnologias.

Em poucas palavras, os tempos estão mudando, e investir na indústria digital é uma maneira de se manter à tona e competitivo em relação ao que está por vir.

Você não vai querer ficar de fora dessa, vai? Quer saber mais sobre as tendências em automação industrial e conhecer mais a fundo o que vale a pena investir? Então não deixe de seguir o blog da Brasil Logic!

E se você quiser continuar essa conversa com os especialistas em indústria digital e automação industrial, entre em contato conosco!

(imagens: divulgação)