As fábricas de nutrição animal brasileiras são caraterizadas por grande heterogeneidade de maturidade tecnológica, desde fábricas essencialmente manuais até produções completamente automatizadas e integradas.
Esse desafio, que não é exclusividade desse segmento, impõe grande desafio de integração desde a recepção de matérias-primas até expedição do produto para caminhões graneleiros ou ensaque.
Nesse cenário muitos desafios são relatados, como:
- Falta de rastreabilidade e controle de rotas de recepção de matérias-primas
- Quebra de estoque de matérias-primas
- Problemas de qualidade e descarte na peletização e secagem
- Falta de dados confiáveis para planejar as manutenções dos equipamentos como moinhos, peletizadoras e balanças de pesagem
- Falta de relatórios confiáveis de produção e ensaque
Esses desafios são resolvidos na maioria das vezes de maneira isolada, com automações parciais que não permitem extrair os dados para responder as questões acima.
A automação tradicional é construída, muitas vezes criando ilhas, sendo uma no sistema de recepção, dosagem e mistura, outro na peletização e secagem, outro na moagem e um quinto no ensaque ou expedição a granel.
Em uma abordagem inicial ela resolve o problema de produção no sentido de monitoramento e controle, seja através de um supervisório ou IHMs para alguns equipamentos. Porém no momento em que se deseja empoderar a supervisão e gerência com visibilidade de indicadores que traduzam a saúde e rendimento da fábrica é que os problemas começam:
- Falta de compatibilidade entre os fabricantes dos sistemas instalados
- Sistemas proprietários que tornam a fábrica refém do fornecedor
A aplicação da tecnologia de forma integrada deve trazer grandes benefícios como:
- Visibilidade total de todas etapas do processo com indicadores de
- Dashboard da dosagem com indicação do total produzido em toneladas, quantidade de bateladas processadas, desvio médio percentual, total de tempo parado por condição de alarme ou bloqueio do misturador.
- Capaz de indicar qual fórmula produzida é mais eficiente e buscar as razões para essa condição para os casos menos eficientes – problema de matéria-prima, setup de equipamentos, etc.
- Capaz de sinalizar os desvios de qualidade que podem comprometer o balanceamento das fórmulas em tempo real
- Fornecer dados de paradas dos equipamentos de maneira inteligente e direcionar a equipe de manutenção para o que realmente gera impacto na produção para agir antecipadamente
E agora, é necessário trocar todos os sistemas para ter os ganhos reais de aumento de eficiência? Em boa parte dos casos não. É importante mapear de maneira única e entender toda arquitetura antes de traçar a jornada para o passo de visibilidade, mas os ganhos trarão resultados consistentes ao longo do tempo.
De acordo com o estudo do CNI denominado Síntese dos Resultados Indústria 2027, vale a reflexão:
“Inovações convergentes, integradas, conectadas e inteligentes irão transformar a maneira como as empresas se organizam e os fatores-chave de sucesso competitivo. Não está assegurado que as empresas hoje relevantes em seus mercados continuarão a sê-lo ao longo dos próximos dez anos.”
(imagens: divulgação)