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Há espaço para os dois, homem e máquina. Um precisa do suporte do outro, e os dois funcionam melhor quando juntos.

Atualmente, o caminho natural a se seguir é o da automação industrial. A cada dia que passa, mais e mais sistemas são criados para facilitar a integração na indústria, outras formas de interação no âmbito das fábricas surgem, novos meios de se coletar e armazenar dados são usados e a automação industrial ganha ainda mais força.

Um dos carros chefes da automação industrial são os robôs colaborativos.

Os robôs colaborativos são máquinas que existem para auxiliar no trabalho da indústria e que atuam em diversas funções na linha de produção, ao lado dos trabalhadores, sem a necessidade de cercados para a segurança. Um receio, porém, que fustiga debates pelo mundo afora é a questão dos empregos: os robôs colaborativos estão vindo para tomar os empregos dos humanos? A resposta é não.

Nesse artigo, vamos elucidar como funcionam os robôs colaborativos na automação industrial, qual é o lugar que eles têm na indústria e mostrar que esses novos itens surgiram para coexistir com o operário, e não tomar seu lugar. Você perceberá que com o tempo, algumas funções realmente serão completamente automatizadas, e que isso, na verdade, é ótimo.

Esperamos que você, ao decorrer do post, consiga tirar suas dúvidas sobre os robôs colaborativos e os seus medos com a inserção deles na indústria. Vamos lá?

Robôs colaborativos e a automação industrial versus o elemento humano

Sempre que um grande avanço tecnológico se assoma no horizonte, o medo do efeito que isso terá no mercado de trabalho cresce entre os trabalhadores.

Esse processo é tão natural quanto esperado. E não haveria de ser diferente com a automação industrial e o surgimento de robôs colaborativos, não é mesmo? Vários trabalhos hoje em dia, inclusive o da indústria, já podem ser feitos de forma automatizada com tecnologia e evoluções tecnológicas já existente, sendo assim os trabalhos começariam a desaparecer para os humanos, não é mesmo? Bom, a verdade não é bem assim.

O que acontece é que os robôs colaborativos trabalham em conjunto com os operadores. Eles ainda precisam ser montados e monitorados, e realizam trabalhos específicos, como tarefas repetitivas, controle de qualidade e operações sensíveis que se beneficiam com a sua precisão.

O melhor é que alguns modelos de robôs colaborativos entram em um modo mais lento quando um operário se aproxima e trabalha ao seu lado, e ao tocar em alguma parte do corpo do trabalhador, qualquer uma, impede instantaneamente o seu movimento.

Os robôs colaborativos também são escolhas número um para a substituição de operadores em ambientes insalubres, trabalhadores dos esgotos e do saneamento, ou operadores de caldeiras, fornalhas e outras situações que oferecem um grande risco a todos nós.

As fábricas que já se beneficiaram com os robôs colaborativos e a automação industrial ressaltam: Há espaço para os dois, homem e máquina. Um precisa do suporte do outro, e os dois funcionam melhor quando juntos.

Além disso, por mais que os robôs colaborativos já sejam uma realidade, é difícil fazer a automação industrial de todos os setores da indústria, postos de trabalho alternativos para a realocação de funcionários sempre existirão, e essa transferência hoje em dia é o mais frequente em situações de automação industrial.

Os empregos vão ser escassos com os robôs na indústria?

Estudos da Mckinsey & Company, uma das maiores empresas de consultoria dos Estados Unidos, apontam que a automação industrial começará a substituir os empregos dos seres humanos daqui a décadas. Isso se dará porque, como os estudos apontam, o nível tecnológico não é o único fator que influencia na completa troca dos operadores por máquinas e robôs colaborativos.

Outros fatores devem ser levados em conta ao tentar entender como funcionará a relação entre os trabalhadores de uma fábrica e suas contrapartes mecânicas, os robôs colaborativos. Esses fatores incluem o estado da economia, se haverá dinheiro para se investir em avanços tecnológicos e, é claro, se a natureza dos trabalhos realizados realmente se beneficiará mais com máquinas do que com seres humanos.

Os reports da Mckinsey apontam que será somente em 2055 que metade da força de trabalho dos Estados Unidos será automatizada, se tudo permanecer no ritmo previsto. Outros estudos da Organization for Economic Cooperation (Organização de cooperação da economia, em tradução livre) apontam que hoje, dos 21 países que compõem essa organização, apenas 9% da força de trabalho de todos eles juntos tem a possibilidade de serem automatizados.

Quando se pensa na realocação, o número de empregos perdido em todos esses países seria mínimo se a automação industrial ocorresse em larga escala em todos eles e instantaneamente, o que é praticamente impossível.

O que podemos dizer com segurança, então, é que haverá uma mudança na estrutura de trabalho com o advento dos robôs cooperativos e a automação industrial, mas que essa mudança será gradual e confortável para todos.

A integração entre homem e máquina beneficia a todos

É difícil dizer como será o cenário econômico do mundo daqui a trinta anos, momento em que veremos as mudanças da automação industrial começarem a ter relevância direta e incisiva no mercado de trabalho, como apontam os estudos. Mas ainda assim, novas oportunidades de emprego e especialização vão surgir, já que necessita-se de mão de obra especializada para a construção dos robôs colaborativos e para fazer a automação industrial acontecer.

Portanto, não há motivos para se temer a automação industrial. Como tudo o que é novo, primeiramente nos assustamos, e depois percebemos que as mudanças serão lentas, tranquilas e só irão proporcionar bem estar para todos nós.

Quando o assunto é novas tecnologias para aplicações nas indústrias, ter conhecimento é tudo! Confira outros artigos da Brasil Logic e saiba mais sobre o mundo da automação industrial.

Por Eduardo Vieira, diretor da Brasil Logic Sistemas.

(imagens: divulgação)