No post anterior falamos dos critérios importantes a serem analisados ao implantar um historiador em um sistema existente.

Agora vamos listar alguns importante parâmetros para configurar o armazenamento dos dados. Partindo do ponto que o historiador centraliza os dados de todo o processo, precisamos entender que  dados com dinâmicas diferentes serão coletados e cada qual deve ser tratado de maneira específica. A correta configuração responde questões como:

Como configurar a coleta das quantidades dosadas de insumos se eu preciso armazenar um registro por batelada?

Como parametrizar variáveis que irão para gráficos de tendência?

Como registrar a coleta de temperatura somente quando o reator está descarregando?

1 – Tipo de coleta

Existem basicamente dois tipos de coleta que estão associadas a forma que o dado é registrado.

polled: tem uma frequência fixa ao longo do tempo. Por exemplo, o dado é coletado a cada 1 segundo.

unsolicited: somente coleta na mudança de valor do tag. Por exemplo, o dado está com valor 10 (feito uma coleta) e muda de valor apenas após 5 minutos passando para o valor 15 (realizado nova coleta). Assim, foram coletados somente 2 registros e não é armazenado valores repetidos do mesmo dado.

Aplicação: para ambos casos temos aplicações diferentes. Para montar um gráfico de tendência histórica você usará do tipo polled, pois desejará ver uma linha contínua com valor por todo eixo do tempo. O unsolicited pode ser aplicado para um relatório de produção onde você terá a quantidade real dosada com um único valor por batelada. Não faz sentido você coletar várias vezes o mesmo valor se o dado for atualizado somente quando uma nova batelada executada.

Podemos então dizer que o tipo polled está associado a monitoração contínua ao longo do tempo e o unsolicited a eventos de mudança de estado.

2 – Condicional de coleta

Você pode ter a necessidade de coletar o valor de um tag somente em determinadas condições. Por exemplo, você deseja ler a temperatura do forno somente quando estiver com carga. Você usaria um tag para indicar a condição do forno (0-vazio, 1-com carga) e colocaria a condição desse tag de status do forno igual a 1 para que a leitura da temperatura ocorresse. Esse tag que autoriza a coleta de outro é comumente chamado de trigger ou gatilho.

3 – Compressão

Alguns historiadores tem uma funcionalidade de habilitar a compressão do dados por um um determinado período configurável. Ou seja, se o historiador receber o valor 15 no tag A (que está como polled) e você habilitou a compressão por 5 minutos, durante esse período, caso seja lido o mesmo valor 15, o historiador descarta a coleta. A coleta somente será descartada se o valor for igual  ao valor anterior.

4 – Alias

Boa parte dos historiadores tem a opção de associar o tag com um apelido mais amigável também chamado de alias. Essa funcionalidade é bastante interessante principalmente quando o número de tags é extenso. Você sempre deve criar nomes estruturados como por exemplo:

Fábrica.Unidade.Linha.Equipamento.Variavel

Além desse poderá ter outros formatos. O objetivo é que seja facilmente identificável e associado com a localização e função dentro da planta.

E o que isso influencia no meu sistema? Em economia e otimização de recursos. A configuração correta do armazenamento poupa espaço e processamento além de deixar o dado preparado para o uso, sem necessidade de realizar filtros para eliminação de coletas indesejáveis.

O correto armazenamento facilita o uso do dado pelas camadas superiores, como o MES, por exemplo.

Espaço e processamento custam dinheiro e quando falamos de um grande volume de dados as cifras tornam-se significativas.

No próximo post vamos tratar da barreira entre a TI (Tecnologia da Informação) e TA (Tecnologia de Automação)

Até a próxima.