Estamos vivendo uma revolução tecnológica na indústria promovida por movimentos como a Indústria 4.0 em que a informatização da Manufatura ganha corpo. Dentre as principais funcionalidades podemos citar a integração entre todos os níveis da empresa estendendo a clientes, fornecedores e parceiros. Além da capacidade de adaptação e eficiência promovida pelos dispositivos inteligentes.
Dentro desse contexto cabe a reflexão:
O discurso entre tecnologia e negócios estão alinhados?
Há uma clara tendência da direção que a tecnologia está indo? Vai de encontro com os objetivos da companhia ou não?
Faço essas perguntas por que já visitei dezenas de clientes onde a situação é inversa: o negócio serve a tecnologia ao invés da tecnologia servir aos negócios. Quer ver um exemplo?
Um caso corriqueiro
Você tem a necessidade de visualizar indicadores da linha de produção no seu smartphone. Quantas linhas estão produzindo, quantidade e quais produtos estão rodando.
Na reunião inicial do projeto começam os desafios. A equipe de TI (Tecnologia da Informação) afirma que não pode interligar a rede de automação a corporativa. Não é compliance. A TI explica que não cuida dos ativos de automação: CLPs, switches, IHMs, supervisórios, banco de dados industriais. Do outro lado, a TA (Tecnologia da Automação) não apresenta argumentos nem proposta de solução. Ao invés de traçar o caminho tecnicamente seguro e atender a demanda é mais fácil recorrer as regras vigentes.
A manufatura, perdida, já se comprometeu com as entregas e decide criar um caminho paralelo: interliga o sistema em uma conexão de internet separada e a solução fica pela metade. Para conseguir acessar os dados os usuários tem que chavear entre redes diferentes. Bizarro.
Existem explicações das duas partes cada qual com os argumentos que competem a seu departamento. Não importa. A questão não é quem está com a razão e sim que todos estão perdendo.
Sem esse alinhamento a empresa fica desconexa. Se os dados não possuem um caminho para fluir da produção para os decisores algo está muito errado.
O que deve ser questionado com isso?
Até quando cada um olhará para seu departamento e relegará os objetivos do negócio?
Até que ponto a tecnologia se adapta a finalidade do negócio?
A empresa existe pela tecnologia ou sua essência é sua atividade fim?
Sem a atividade fim ela continuaria existindo?
Os 05 benefícios para a convergência das áreas
01 – Exigências Fiscais
Com a escrituração fiscal (bloco K) é imprescindível medir em tempo real as quantidades de insumos e produtos nas linhas de produção e reportar ao sistema corporativo, responsável pelo envio das informações a Receita Federal. Ou você prefere recolher mais impostos do que deveria?
02 – Redução de Custos
Você trabalha massivamente com Lean Manufacturing mas esbarra no controle de insumos e produtos em estoque que não são atualizados em tempo real. Com essa convergência as quantidades consumidas são apontadas em tempo real no estoque; melhor planejamento de compra de insumos, previsibilidade de produto final em estoque, redução de retrabalho com apontamentos manuais entre sistemas diferentes.
03 – Alta gerência atualizada
Em tempo real a alta gerência pode acessar os indicadores chave da empresa. Ações não dependem de reuniões diárias e podem ser tomadas a qualquer momento. Relatórios disponíveis e contextualizados para cada departamento.
04 – Segurança de dados
Com a convergência, as mais evoluídas regras de segurança de informação podem ser adotadas para a tratativa dos dados de produção. Informações valiosas de formulação estarão sob uma única regra e arquitetura de proteção.
05 – Indústria 4.0
A indústria inteligente, preditiva, adaptável somente será viável se essas áreas tornarem-se uma única plataforma para o fluxo de dados e informações.
Partindo desse pressuposto fica claro que a tecnologia sempre será a atividade de apoio e mantenedora cada dia mais do bom funcionamento de todo o ecossistema da empresa. A convergência é um caminho sem volta e não há mais tempo para ignorá-la. Você está pronto?
Até a próxima
PS: No próximo post vamos falar sobre OEE!
Eduardo Vieira – Brasil Logic Sistemas