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Com as novas possibilidades de integração e necessidade de contextualizar os dados de chão de fábrica  relatórios, controle de consumo, rastreabilidade e outras demandas fica evidente a árdua tarefa de coletar os dados.

É comum encontrarmos nas plantas as ilhas de automação, ou seja, automações isoladas que não possuem opções de comunicação em  rede criadas inicialmente para resolver automações locais de uma máquina, periférico ou mesmo partes do processo.

As ilhas de automação existem por vários motivos:

# sistemas legados, antigos e descontinuados.
# projetos ad hoc que resolvem localmente um problema mas trazem baixa eficiência operacional e indisponibilidade de dados.

Quando surge a demanda por projetos com a missão de extrair o valor dos dados do chão de fábrica para responder questões como o Bloco K da Receita Federal, rastreabilidade, relatórios de produção e qualidade aparecem as deficiências.

Nesse momento as arquiteturas antigas são notadas e fica evidente a necessidade de modernização para convergência dos dados.

Atualmente há muitas soluções especialistas para problemas pontuais que criam ilhas de automação. Não permite que novos projetos sigam essa filosofia. As ilhas existem por vários motivos:
# Linhas com máquinas de fabricantes diferentes que blindam o acesso aos controladores.
# Sistemas com eletrônica dedicada ou com protocolos proprietários.
# Controladores sem comunicação em rede. Por exemplo, somente RS232 entre o CLP e uma IHM local.

Sendo assim podemos agrupar esses sistemas em dois grupos:

Grupo 01: sistemas abertos

Neste grupo estão sistemas com protocolos proprietários ou abertos, como DH+ e Modbus RTU,  por exemplo.

# instalação de gateways para converter de um protocolo antigo para um padrão atual, como Profinet, Ethernet IP ou Modbus TCP
# instalação de cartões de comunicação com protocolos atuais.
# instalação da infraestrutura para cabeamento, switch etc, caso já exista um cartão de comunicação disponível.

sistemas-isoladosalternativas-para-coleta-de-dados-1

Grupo 02: Sistemas fechados

Em máquinas ou sistemas sem controladores ou sem opção de comunicação em rede é possível:

# instalar sensores, relés auxiliares e outros acessórios para coletares os dados em paralelo com o sistema instalado. Esses dispositivos podem ser interligados a um CLP dedicado a esse fim com comunicação em rede disponível.

sistemas-isoladosalternativas-para-coleta-de-dados-2

Também existe um terceiro caso, que o cliente não deseja modificar o programa da máquina por questões de garantia o que caracteriza o mesmo cenário do grupo 02, ou seja, pode ser instalado periféricos para fazer a coleta dos dados.

A vantagem do Grupo 01 é usar a estrutura existente sem necessidade de instalação de novos controladores. O dado já está disponível e somente precisa ser tratado. Normalmente os custos de instalação são menores que o Grupo 02.

O grupo 02 é uma opção que trabalha no conceito de manter a originalidade dos sistemas atuais e uma saída para os clientes em regime de garantia. Normalmente o custo de instalação são maiores que do Grupo 01 pois será necessário adaptações físicas além de um novo controlador para centralizar os dados.

Em muitos casos o custo de adequar a camada para disponibilizar os dados torna-se tão onerosa que inviabiliza o projeto inicial. Torna-se outro projeto.

Independente do cenário atual da planta é evidente que há uma crescente necessidade de coletar esses dados para transformar em informação que agregue valor ao negócio da empresa. Há diversas estratégias que podem ser adotadas, cada qual aplicável dependendo do cenário que seu sistema encontra-se.

E sua planta? Possui os dados disponíveis para extrair o valor da sua produção?

 No próximo post vamos falar sobre os cuidados para um armazenamento adequado dos dados.

Até a próxima!

Eduardo Vieira – Brasil Logic Sistemas